Com o intuito de chamar a atenção para os exames preventivos de câncer de próstata, este mês foi batizado de “Novembro Azul” pela Sociedade Brasileira de Urologia, para dar início à campanha de tratamento da doença.
O câncer de próstata não costuma apresentar sintomas na fase inicial, o que pode ser perigoso. No entanto, mais da metade dos casos acontece em homens com mais de 60 anos. A recomendação é que todos os homens, a partir dos 40 anos, comecem a prevenção e detecção precoce da doença, que é feito através do exame urológico, o toque retal.
O câncer de próstata corresponde a mais da metade dos casos de câncer em pessoas do sexo masculino, entretanto, é uma doença de baixa mortalidade se for tratada adequadamente.
Esse tipo de câncer é uma doença hormônio-dependente, o que quer dizer que o hormônio masculino se torna um fator importante no crescimento do órgão. Por isso que a incidência vai aumentando com a idade. A incidência é maior a partir dos 60 anos. Quem tem parentes de primeiro grau portadores de câncer de próstata, tem um risco até 8% maior do que a população ‘normal’. Se ele tem dois parentes com a doença, o risco vai pra 15%, se houver casos na família precoces, o risco pode chegar até 30%. Essas pessoas devem estar mais atentas à prevenção.
Câncer de próstata – O que é?
O câncer de próstata é a neoplasia maligna mais comum entre os homens. Ocorre quando células de uma glândula chamada próstata começam a se multiplicar de forma desordenada.
Sintomas
Geralmente, o câncer de próstata em fase inicial não apresenta sintomas. Alguns pacientes podem, inclusive, nunca ter sintomas. Por isso é fundamental que o homem faça exames de rotina. Quando o tumor cresce, os sintomas mais comuns estão relacionados ao ato de urinar, como urgência, dificuldade e levantar várias vezes à noite para ir ao banheiro.
Tratamento
De acordo com a fase do tumor e as características do paciente, o médico poderá definir quais as melhores formas de tratamento. Nos estágios iniciais da doença (tumores localizados e localmente avançados) a prostatectomia radical é indicação ouro. Consiste em uma cirurgia para retirada da próstata e apresenta altos índices de cura.
Dúvidas mais comuns
Próstata: Câncer e Hiperplasia Benigna
1. Fiz cirurgia da próstata há pouco mais de um mês. Como sequela fiquei com incontinência urinária, principalmente quando estou em pé. O que devo fazer para acabar com esse problema?
A cirurgia de próstata pode produzir incontinência urinária transitória em alguns pacientes. Este problema é relativamente comum. Pelas estatísticas, em 75% dos casos é decorrente da presença de uma alteração na bexiga, já existente previamente ou de surgimento recente. Algumas vezes os casos podem ser complicados pela presença concomitante de infecção urinária. A incidência de incontinência urinária definitiva é rara (menor que 5% dos casos operados). Na maioria das vezes o quadro pode ser controlado com medicamentos, controle da ingestão hídrica e exercícios para reforçar os músculos do períneo. Muitas vezes o quadro regride espontaneamente sem necessidade de intervenções. Todavia, não é possível afirmar qual é a melhor solução para o seu caso sem examiná-lo. Procure o seu urologista para obter maiores esclarecimentos.
2. Meu PSA vem aumentando ao longo dos anos, porém os demais exames estão normais. O que pode ser?
O PSA pode aumentar a estes níveis no câncer de próstata e na prostatite crônica. Quando o toque retal é normal e a biópsia é negativa, está indicada a repetição da biópsia com sedação para que seja aumentado o número de fragmentos para análise (em alguns casos até 20 fragmentos). Também é indicado fazer biópsia de uma região da próstata chamada zona de transição. Nesta área da próstata é incomum surgir câncer, porém, quando ocorre, o PSA eleva-se a níveis maiores que os habituais. Apesar disso, a possibilidade de cura com um tratamento adequado ainda existe. Há casos em que o diagnóstico é difícil e a única saída que resta ao paciente e ao médico é a repetição da biópsia de próstata periodicamente (cada quatro meses). Na prostatite crônica o PSA pode elevar-se rapidamente. Todavia, após tratamento prolongado (30 a 60 dias) com antibióticos adequados, os níveis devem se normalizar. O seu caso parece ter evolução incomum, uma vez que aos 44 anos o senhor já estava realizando exames de PSA. Há dez anos o conhecimento sobre o significado das elevações de PSA não era como o de hoje. Também, as técnicas de dosagem do PSA evoluíram nesse tempo. Não é possível fazer uma avaliação correta do seu caso sem conhecer todos os detalhes da evolução e sem examiná-lo. Procure sempre um médico para obter maiores esclarecimentos.
3. Após cirurgia radical da próstata passei a ter certa dificuldade de ereção. Quais as indicações médicas para suprir essa disfunção?
A dificuldade de ereção que ocorre após a prostatectomia radical pode melhorar com o tempo. Por isso, até um ano após a cirurgia, os médicos geralmente recomendam medidas mais simples como medicamentos administrados por via oral, injeções intracavernosas e próteses à vácuo. É importante, durante esse tempo, que o paciente tente ter relações frequentemente, pois há indícios de que esta atitude acelera a melhora da disfunção erétil. Se o problema persiste após um ano, geralmente recomenda-se a cirurgia de implante de prótese peniana. Existem vários tipos e modelos de próteses e você pode discutir as vantagens e desvantagens de cada uma com seu médico. Em casos onde o paciente já apresentava alguma alteração na função sexual antes da prostatectomia radical, ou naqueles em que houve necessidade de se remover os nervos da ereção, algumas etapas podem ser puladas e a cirurgia de prótese pode ser recomendada antes. Encontra-se em fase experimental uma pesquisa para reconstrução do nervo da ereção, utilizando-se fibras nervosas do tornozelo do paciente.
4. Para quem fez tratamento de braquiterapia para adenocarcinoma usual da próstata, quanto tempo após o término do tratamento o PSA deve começar a baixar?
Alguns fatores podem influenciar a resposta ao tratamento, tornando a resposta do PSA mais rápida ou mais lenta. O estágio da doença no início do tratamento é importante, assim como o uso concomitante de medicamentos que fazem bloqueio hormonal pré-tratamento. Mas, de um modo geral, o PSA começa a diminuir após 60 dias do término da braquiterapia. Essa queda do PSA pode ocorrer gradativamente até 18 meses após a braquiterapia. Nem sempre o valor de PSA chega a níveis menores que 1 ng/dl.
5. Recentemente fiz um exame de toque retal e o médico diagnosticou hiperplasia prostática benigna. O exame de PSA mostrou o resultado normal. Não sinto qualquer dificuldade para urinar. Que poderia fazer para evitar o aumento prostático? É possível reduzir o tamanho sem cirurgia?
A hiperplasia benigna de próstata exige tratamento apenas quando o paciente tem dificuldade para urinar. No seu caso, teoricamente, não há necessidade de tratamento algum. Há medicamentos que podem reduzir o tamanho da próstata. No entanto, não existe garantia de que o uso deste medicamento possa evitar complicações (cirurgia, por exemplo) futuras. O assunto é controverso e pesquisas estão sendo conduzidas para avaliar essa possibilidade. No entanto, alguns médicos têm sugerido manter o tratamento com finasteride, um dos medicamentos que reduz o tamanho da próstata, desde que o paciente aceite arcar com os custos e com a dúvida se está ou não prevenindo complicações.
6. O Exame PSA sanguíneo e a ultrassonografia da próstata são suficientes para um diagnóstico ou é imprescindível, também, o toque retal?
O toque retal é necessário, pois existem casos em que o PSA e a ultrassonografia não são suficientes para o diagnóstico de câncer de próstata.
CONSULTE SEMPRE O SEU MÉDICO!
Fonte: Sociedade Brasileira de Urologia